Creio que uma grande parte dos meus conterrâneos, sabe a lenda da Quinta do Inferno, mas no caso de a não saberem, aqui a deixo embora contada com as minhas palavras, também a algum leitor que por aqui passe e que não seja da nossa terra:
Conta-se que um homem voltando de noite para sua casa, deu conta de um movimento desusado junto a uma fonte, ou poço, num local da serra da Barroca. Aproximando-se deu-se conta que era uma reunião de diabos, com toda a aparência de seres humanos, com a única diferença de que tinham cornos na testa.
Aproximando-se um pouco mais para ver se ouvia o que diziam, terá talvez feito algum barulho, os diabos deram conta dele e, começaram a correr a ver se o agarraram.
O pobre do homem desata a correr com quantas forcas tinha, para ver se lhes conseguia fugir. Os diabos estavam quase a agarra-lo, quando este chegou junto a igreja de Algodres e ia já a deitar as mãos a corda do sino, para o tocar a rebate e assim poder ter ajuda. Nesse momento e ainda antes dele tocar o sino e, os diabos lhe deitarem a mão, cantou um "galo preto romano", os diabos assim que ouviram o canto do galo, abandonaram o pobre homem e ele salvou-se, não pelo facto dos diabos verem a cruz da igreja e do sino, mas pelo facto do canto do galo preto!
Desde essa altura, o sitio da reunião dos diabos, ainda hoje tem o nome de "Quinta do Inferno" e, a vila de Algodres, ficou conhecida pela terra onde o "Diabo" tem o seu património!
Vem esta lenda a propósito, de um evento que se vai realizar no "Palace Hotel S. Miguel" situado no município de Fornos de Algodres, com o cartaz que vemos acima!
Para alem do "jantar infernal", podem apreciar as lindas cantigas regionais, pela Casa do Pessoal da Câmara Municipal deste concelho de Fornos de Algodres!
4 comentários:
Muito interessante um ’jantar infernal’!
Gostei de conhecer a lenda da ‘Quinta do Inferno’, que não conhecia. Conheço uma história (deve ser lenda) relacionada com o rio junto à Matança a que chamam ‘Poço do Carro’. Diz-se que um lavrador deixou afogar os bois junguidos ao carro, no poço, levados pela sede e picados pelas moscas, desaparecendo tudo no turbilhão das águas.
Anda na tradição que ‘há dias do diabo’.
Um abraço amigo.
Senhor Al,
Mais uma vez deixou aqui um contributo para se conhecer melhor a história de Fornos de Algodres.
Obrigado pela contribuição.
Cumprimentos
Olá Cardoso , olá Paula , desconhecia completamente as vossas lendas ...Sempre gostei de lendas e aprendi que por detrás delas há sempre um facto histórico ...O que será no vosso caso ?
Ab.
No caso do 'Poço do Carro' conta-se que o arquiavô do Bombo (moleiro), correu em auxílio, de nada valendo os seus esforços. Apesar de ser bom nadador, sumiu-se também no mistério das águas. Que acontecera? Tendo-se metido na gruta encontrou pé seco, mas perdeu a saída. Ali esperou horas sem fim, aguardando a morte. Recorreu então à Santa Eufêmia e viu depois um raio de sol iluminar as profundezas das águas.
Em criança ouvi muitas vezes esta história a caminho da festa de Santa Eufémia.
Enviar um comentário