O azeite da Beira mais Alta, tinha ainda em meados do seculo passado, uma fama de reconhecido valor e, o concelho de Fornos de Algodres, era um dos grandes productores!
Mas isso era no tempo, em que a sua cultura, colheita e producao, era feita a forca de maos de homens e mulheres, muitas vezes pagos miseravelmente, pois os grandes olivais eram propriedade de familias, muitas delas de pergaminhos historios, mas que pouco ou nada fizeram, para o desenvolvimento regional!
Nao estou aqui a culpar ninguem, porque eram outros tempos, que poderiam ter sido melhores ou nao, porque o passado so serve para nos dar licoes, e nao voltarmos a cometer os mesmos erros!
Embora e como disse, os grandes olivais eram propriedade de uma duzia, ou pouco mais de proprietarios, no entanto havia muitos pequenos proprietarios, que tinham umas quantas oliveiras, que se nao produziam o bastante, para o seu consumo privado, pelo menos ajudavam, que era o caso da minha!
Acontece que quando a mao de obra encareceu, originada pela partida de muita mao de obra, para a emigracao e, para imigracao interna, deixou de ser rentaval a olivicultura, nos moldes em que era feita, desde epocas quase medievais, ou ate mais antigas!
Deveriam e, caso tivesse sido esse o desejo, dos grandes proprietarios oliviculas, ter enveredado para uma agricultura moderna e mecanizada, como fizeram e ainda estao a fazer os espanhois, ate ja no nosso Alentejo: "E ja que nao fazemos nos, que ou menos o facam outros"! Mas a Patria e que perde.
Ainda sou do tempo, (e isto so prova a minha velhice) em que em quase todas as freguesias havia lagares e, em muitas ate mais do que um. E verdade que ainda existe alguma producao de azeite no nosso municipio, mas isto hoje comparado com ha 50 anos, e uma gota de agua!
Como o meu desejo, e mostrar mais as coisas boas, muito mais do que falar das outras. Apresento aos que nao conhecem, o que creio ser actualmente, unico lagar de azeite da "Terra de Algodres". E o "Lagar do Cacoico" que fica na povoacao do mesmo nome, freguesia de Juncais. Se por la passarem comprem e comprovem, que um dos melhores azeites nacionais, continua a produzir-se embora escala menor, no Municipio de Fornos de Algodres.
2 comentários:
Na minha aldeia também existiram, pelo menos, dois lagares de azeite, de que ainda há ruínas, mas que já não lembro ver funcionar e em documento antigo é mencionado que como indústria local tinha “fabrico de azeite em um antigo lagar.” Mas é como refere. Muitos partiram, o que reduziu muito a mão de obra, mas os que ficaram, embora a azeitona dê muito trabalho a apanhar, ainda continuam a cuidar das suas oliveiras, pois a oliveira produz muito bem na nossa região e o azeite é de muito boa qualidade e, a meu ver, a boa qualidade justificaria uma cooperativa com engarrafamento próprio e defesa da qualidade, juntamente com aldeias dos concelhos circundantes onde também se produz bom azeite e em vez do lugar de mato e silvas que estão a tomar conta dos terrenos abandonados, podia-se plantar oliveiras. Só que cada vez há menos jovens nas nossas aldeias.
Fez-me o Lagar do Cadoiço recordar uma visita de estudo que fiz quando estudei em Fornos.
Um abraço amigo
Caro amigo AL, celebro esta sua eloquente visão do contexto historico relacionado com a exploração "latifundiária" olivicola nas Beiras. contudo, tal como muito bem confirma, desses saberes populares relacionados com a transformação da azeitona (os velhos mestes-azeiteiros) já pouco ou nada resta. contra este estonteante esquecimento de um dos mais extraordinários conhecimentos da dieta mediterranica, a par do vinho, lute-se para preservar o tangivel e o intagivel destas riquezas...
abraço e estima
Eddy
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