quinta-feira, abril 06, 2006

REGIOES COM SAIDA AO MAR

Creio que uma das razoes, porque alguma gente e renitente a regionalizacao, tem muito que ver com o receio, de que areas ja em si subdesenvolvidas e abandonadas, continuem a ficar subjugadas as outras ja desenvolvidas, normalmente do litoral, contribuindo com isso para que aquelas, continuem cada vez mais pobres e esquecidas.
Podemos aperceber-nos desses receios, por parte das gentes da chamada "Beira Interior", de Tras-os-Montes e ate do Minho.
Ja outras vezes afirmei, que uma das maneiras de atenuar esses receios, pode (e em meu ver deve) ser a descentralizacao de servicos, para algumas das cidades e vilas mais pequenas e pobres. Com isso nao so criariamos oportunidades de desenvolvimento, como iriamos mostrar uma solidariedade para com essas terras. Ao mesmo tempo elimar-se-iam pequenas rivalidades entre as maiores cidades regionais, que para continuarem a desenvolver-se nao necessitam desses servicos, pois ja possuem muitos outros que o desenvolvimento potenciaram.
Em tudo deve imperar o sentido comum e, eu estou convicto, de que se esta medida for implementada, ira gerar uma maior adesao ao processo descentralizador, sempre e quando tambem se concretizem regioes de media dimensao, mas em que em todas elas haja uma saida ao mar.
Creio tambem que se forem criadas, pequenas (em dimensao) regioes metropolitanas no Porto e em Lisboa, muito contribuiram para o esbatimento dos receios regionalistas ou descentralizadores.

10 comentários:

Zel disse...

Plenamente de acordo, as Câmaras Municipais e ou serviços a " lutarem " para que as pessoas se fixem, e acreditem que estão a escolher o melhor para si e para os seus, e que lhes é oferecido um serviço de qualidade tanto no lazer como nas necessidades profissionais. Assim património e cultura eram muito mais preservados.

Um dia destes vou passar de bicicleta.....vou passar mais vezes


Grande abraço

Al Cardoso disse...

Caro Zel:
vai ser um pouquito puxado vir a Fornos de Algodres de bicla, mas quem corre por gosto nao cansa.
bem haja pela visita.

Anónimo disse...

Para quê ligados ao mar? O presidente da câmara onde vivo, um concelho a sul, com imensas praias a cerca de três a quatro quilómetros dos núcleos urbanos, a viver principalmente do Fundo de Equilíbrio Financeiro e dos Quadros Comunitários de Apoio, está a construir um complexo de piscinas onde vai gastar mais de 2.000.000 de euros! Para o essencial é que o dinheiro vai faltando...

Antonio Almeida Felizes disse...

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Caro Anonimo,

Não conheço a realidade socio-economica do seu município para lhe poder dar a minha opinião sobre a opção da construção das piscinas. Seja como for, lembro-o, que este pode ser um investimento que resulte do aproveitamento de verbas comunitárias.

Agora o que é absolutamente pacifico, é a separação entre as funções de uma praia e de um complexo de piscinas municipais. A única coisa que têm em comum é a existência de agua, e mesmo neste ponto, uma é salgada e a outra é doce.

Também aproveito esta oportunidade para o informar que nenhuma autarquia deste país contabiliza as verbas comunitárias como receitas líquidas.

Antonio Almeida Felizes disse...

Caro Albino Cardoso,

Tomei a liberdade de colocar este seu "post" no Regionalização

Cumprimentos,

Al Cardoso disse...

Caro Anonimo:
Quando me refiro a regioes com saida ao mar, nao e tanto com a intencao de praia o coisa semelhante, tem muito mais que ver com, uma distribuicao mais equitativa de riqueza, que como sabe esta concentrada no litoral.

Caro senhor Felizes:
Bem haja, pode crer que sou um leitor atento do seu blog.

O Micróbio II disse...

O que me dói mais é reparar que estas regiões da Beira Interior se autoflagelam a si próprias... a mentalidade do que "é de fora - leia-se de Lisboa ou Porto - é que é bom" impera e cada vez mais com maior ímpeto. E eu que até sou de Lisboa vejo-o diariamente aqui na Guarda...

Al Cardoso disse...

Caro Microbio:
Creio que a mentalidade, de que e de fora e que e bom, ja e algo entranhado no nosso ser, quem sabe se continuar-mos a evoluir, tendera a esbater-se essa mentalidade, assim espero.

Um abraco beirao.

V.B. disse...

Há aqui alguns aspectos que sugerem alguns comentários:

- Fruto das políticas erradas que têm sido seguidas ao longo das últimas décadas, a tendência é para se assistir ao êxodo continuado das populações do interior para o litoral, o que realça dois problemas de imediato – no interior ficam lugares desertos e infra-estruturados e no litoral geram-se espaços sub-dimensionados com graves problemas de ordenamento do território. Tal facto contraria todas as regras de planeamento;

- O autarca que gasta 2 000 000 – na verdade, infelizmente assistimos a vários casos semelhantes. Por mim, sem conhecer a situação relatada, vejo com reserva as vantagens dum investimento desta envergadura que implica um esforço anual de reparação, conservação e manutenção da ordem dos 20% do investimento. Numa análise custo/benefício, talvez não seja rentável, a menos que a taxa de utilização o justifique. Os fundos comunitários, geram, por vezes estas ilusões em alguns autarcas. Tem a ver com o tipo de pessoas eleitas e a sua visão estratégica para o desenvolvimento concelhio. De qualquer maneira, estaremos perante um dos males da democracia partidária;

- “Lisboa é que é bom…” – se antes de Abril de 74 se alimentava erradamente a ideia que a aldeia pobrezinha e pitoresca é que era boa, depois desta data os ilustres “inteligentes” deste país passaram a veicular a ideia contrária. Digo eu, agora, que os actuais habitantes das sub-regiões interiorizadas são levados, por outras aspirações de vida. Não são eles que assistem diariamente a notícias de feche de maternidades, intercidades, tribunais, escolas, centros de saúde, etc., etc.? Que esperança lhes é dada? Por muito amor que tenham à sua aldeia (e acredito que cada um tem), são obrigados a pensar desta forma. São sacrificados, mas não são burros, felizmente. Hoje a vida é muito mais do que Fátima (com todo o respeito), futebol e vinho, e corre a uma velocidade espantosa, por vezes difícil de acompanhar;

- Que política de natalidade temos? Sem pessoas, não se povoa um território… ter dois filhos, hoje em dia, é uma aventura! Não é possível gerar crescimento demográfico com os actuais (des)incentivos. Eu diria que este será o cerne da questão. Depois importamos mão-de-obra com outras culturas e outros tantos problemas.

- Obviamente que estes problemas não ferem os alfacinhas. Os problemas deles são outros, a realidade das grandes áreas metropolitanas, é outra. Quem sofre estas afrontas diariamente, terá de assumir uma postura de exigência (quase revolta) perante tamanha passividade de quem articula o poder lá longe. Este método que tem sido seguido há muito tempo de “não regionalização”, está “gasto”, com prejuízos evidentes para as regiões interiorizadas e continuadamente anticonstitucional. Na minha modesta perspectiva, revela-se urgente enveredar por um processo prático de regionalização, descentralização ou desconcentração, chamem-lhe o que quiserem, mas que resulte numa decisão de proximidade.

Perdoem-me estas frases imediatas e longas, mas a defesa das nossas terras e nossas gentes apaixona-me.

Anónimo disse...

Boa malha!