Se ha coisa que muito me doi profundamente, e o conformismo que pude encontrar nas minhas ultimas visitas a "Terra d'Algodres", ate parece que por parte de uma grande maioria dos meus conterraneos, ja nada se pode fazer e que estamos destinados a extincao.
Encerra-se o SAP e ninguem se manifesta, pois nao ha ninguem a usa-lo! Fecham-se todas as escolas nas freguesias, mas esta tudo bem pois nao ha criancas! Encerra-se o tribunal, que fazer nao ha processos que cheguem! Extingue-se o cartorio notarial nao havendo ninguem que instale um privado, mas tambem nao faz mal Celorico e logo ali! Encerra-se o Seminario e perde-se um ano sem tomar nenhumas providencias para ali colocar um polo dimanizador, mas isso e la com a Igreja! Encerram-se varias pequenas industrias e passa-se vinte anos nada sendo criado ali, permitindo a destruicao dos pavilhoes enquanto a juventude tem que procurar trabalhos por outras paragens, mas nos somos um concelho rural! Ate no turismo que se espera venha dar um alento ao municipio, constroi a Camara um hotel em Vila Ruiva entregando a gestao ao INATEL, e permite-se que em vez de esse organismo promover o nosso concelho, faca isso so em relacao ao de Celorico da Beira!
Podia continuar mas hoje fico-me por aqui.
So queria fazer uma pergunta aos meus conterraneos, porque tanto fatalismo? Que mais tem que acontecer para levantar-mos a cabeca, e fazer como muitos outros que contra a adversidade nao baixam os bracos?
Mais optimismo precisa-se e urgentemente, eu ainda continuo a ver o copo meio cheio e quizera ardentemente que os meus amigos tambem!
15 comentários:
Al Cardoso
Por vezes resignamo-nos à força dos mais fortes e acomodamo-nos. Mas é preciso não desanimar.
Boa semana.
Abraço
Fatalismo...
Fica com Deus:
"A ESMOLA DO POBRE"
Nos toscos degraus da porta
Da igreja rústica e antiga,
Velha, trémula era a mendiga,
Que implorava compaixão.
Quase um século contado
De atribulada existência,
Ei-la, enferma e na indigência,
Que à piedade estende a mão.
Duas crianças brincavam
Á distãncia, na alameda;
Uma trajava de seda,
Da outra humilde era o trajar.
Uma era rica, outra pobre;
Ambas louras e formosas;
Nas faces a cor das rosas,
Nos olhos o azul do ar.
A rica ao deixar os jogos,
Vencida pelo cansaço,
Viu a mendiga, e ao regaço
Uma esmola lhe lançou;
Ela recebeu-a, e a criança
Que a socorre compassiva
Em prece fervente e viva
Aos anjos a encomendou.
Dum ligeiro sentimento
De vaidade possuída,
À criança mal vestida
Disse a do rico trajar:
-O prazer de dar esmolas
-A ti e aos teus não é dado
-Pobre como és,c oitado!
-Aos pobres o que hás-de dar?
Então a criança pobre,
Sem mais sombra de desgosto,
Tendo o sorriso no rosto,
Da igreja se aproximou;
E depois, serena, em silêncio,
Ao chegar junto da velha,
Descobrindo-se , ajoelha
E a magra mão lhe beijou.
A mendiga alvoroçada,
Ao colo os braços lhe lança,
E beija a pobre criança,
Chorando de comoção.
É assim que a caridade
Do pobre ao pobre consola,
Nem só da mão sai a esmola,
Sai também do coração.
Poema de Júlio Dinis, retirado do blgue:
Aryanalee
Uma palavra amiga, um consolo, é algo que o dinheiro não compra. A solidariedade é a grande arma contra a solidão e o infurtúnio. Que ninguém se sinta triste com a sua situação, sem que antes, tenha olhado bem, com olhos de ver, à sua volta, encontrando situações bem piores, pelo que temos que reagir e viver. É triste quando temos amigos que se afastam, talvez por culpa nossa, não o sei dizer, mas os mais próximos não querem conviver com a diferença, pois não sabem como reagir e cobardemente partem, ou dizem uma palavra de "conforto", pensam eles, de vez em quando.
A amizade, é a presença nas dificuldades do amigo que, apenas "sai do coração".
Caminhemos juntos de mãos dadas!
Caro Albino,
Eça de Queiroz escreveu nas Farpas, como transcrevi em post de 7 do corrente, o seguinte acerca da emigração:
«Em Portugal quem emigra são os mais enérgicos e os mais rijamente decididos; e um país de fracos e de indolentes padece um prejuízo incalculável, perdendo as raras vontades firmes e os poucos braços viris.»
Fornos de Algodres tem de praticar um política de atracção dos seus melhores emigrantes para regressarem e montarem aí negócios modernos, bem organizados, orientados para o mercado externo. Foi isso que fez TAIWAN quando foi buscar ao Japão um seu emigrante que se entregava a indústrias de madeira e que, dentro de pouco tempo, tinha uma indústria de plásticos com um volume de exportações espantoso, imprevisível pouco tempo antes.
Para isso, a autarquia tem de criar um ambiente de confiança e objectivos bem definidos e um esquema estratégico visando esse objectivo, que atraia as pessoas que gostem de negócios, e que já tenham experiência.
Quem por aí ficou é, no dizer do Eça, fraco e indolente», sendo necessário fazer o namoro aos que estão fora, bem instalados e com capacidade para impulsionar o desenvolvimento da sua terra.
Um abraço
Do Miradouro
Amigo Al tenho uma referência ao seu blog na meu site...
Considero que tem alguma razão em parte do que disse, mas discordo por completo sobretudo num ponto: interpretei das suas palavras que considera prejudicial o encerramento das escolas no concelho. Pois bem, eu já defendia esse encerramento de escolas que funcionavam com poucos alunos há muito tempo...julgo que a medida de concentrar as nossas crianças em determinadas escolas do concelho, de forma a aumentar o número de alunos por escolas, vai levar a que haja um aumento exponencial não só do número de relações humanas, mas també do número de relações intelectuais, o que proporcionará um aumento considerável da qualidade de aprendizagem das crianças do nosso concelho. Tudo isto tem de ser suportado obviamente por uma adequada rede de transportes e por uma boa qualidade das escolas em relação à prestação dos seus serviços.
Amigo Al, permita-me apenas que responda oa senhor a. joão soares que a páginas tantas diz citando Eça de Queiroz:
"Quem por aí ficou (Fornos de Algodres) é, no dizer do Eça, fraco e indolente», sendo necessário fazer o namoro aos que estão fora, bem instalados e com capacidade para impulsionar o desenvolvimento da sua terra!
Espero sinceramente ter interpretado mal as suas palavras, mas o que me parece é o seguinte:
O senhor fez-me lembrar aqueles combatentes que fogem das zonas quentes de Guerra e depois vêm abraçar aos verdadeiros combatentes e dão entrevistas, são feitas reportagens em nome da sua coragem no palco de guerra. Isto é obviamente em sentido figurado, mas o senhor quer-me fazer crer que os que por aqui estão,dia a dia a lutar pela sua vida e também por inerência pelo desenvolvimento do concelho, perante um conjuntura de abandono em relação ao interior por parte do poder central, são fracos?? Se os emigrantes são fortes, e de facto são, pela coragem demonstrada em sair do país deixando tudo para trás à busca de um mundo melhor, os que por aqui trabalham são a meu tão fortes como os que foram à procura de uma vida melhor...
Seria de facto importantíssimo para o desenvolvimento do concelho a vinda dos nossos emigrantes que se encontram espalhados pelo mundo, mas isso não lhe dá o direito de tecer um comentário desse jeito face às pessoas que por aqui trabalham.
Termino dizendo que todos os emigrantes que tal como o senhor diz estão bem na vida, deveriam caso assim o entendam vir para Fornos de Algodres dar continuidade aos seus negócios, para contribuirem para o desenvolvimento do nosso concelho. Todos seremos sempre poucos, mas adjectivar os que por aqui lutam ,de fracos, desculpe mas considero inadmissível!
Abraço a todos, respeitosamente Alexandre Lote
Caro A Joao Soares:
Eu nao concordo assim tanto com Eca de Queiroz quando diz: "Que os que ficaram sao os fracos e indolentes!" pela simples razao que nunca gostei de generalizar. Se e verdade que existem uns pouquitos desses, essa nao e a generalidade e deles encontram-se em todo lado ate na emigracao.
O que eu refiro e o "conformismo" e por vezes a "resignacao" que e diferente disso.
Alem disso embora nao com a quantidade que seria desejavel, ainda por la existem empreendedores que eu gostaria de ver multiplicar!
Um abraco de amizade.
Caro Alexandre:
Quando eu refiro o encerramento das escolas, nao me refiro as que tem quatro ou cinco alunos, que eu considero tambem que nao tem viabilidade. Refiro-me ao encerramento total de todas as escolas, deslocando todos os alunos para a vila.
Eu nao sei qual e numero total de alunos das freguesias, mas creio que se justificariam pelo menos duas escolas, uma na parte alta do concelho e outra na terra cha.
Continuo convencido que devido a localizacao da vila os alunos das freguesias mais longe ficam sempre em muita mais desvantagem, pois embora possam existir bons meios de transporte, teram em alguns casos de levantar-se uma hora antes dos alunos de Fornos, alem disso nao creio que tanto tempo fora do seu ambiente familiar seja nada benefico para criancas de tenra idade.
Deveria estudar-se sem preconceitos a localizacao dessas escolas fazendo com que as deslocacoes fossem o mais curto possivel.
Um abraco amigo.
O que conheço do concelho de Fornos de Algodres, permite-me dizer que é um municipio onde se tem feito muito tanto na vila como no concelho.
Ora bem, mas os ultimos tempos penso que têm sido como que uma madrasta para Fornos e suas gentes, o que se estará a passar?
um abraço
Amigo Al Cardoso, tanto quanto sei, pelo menos a escola d eFigueiró da Granja continuará em funcionamento...pelo menos é esta a informação que tenho.
Posso estar enganado mas sendo assim que me corrijam...
Abraço
O Conformismo é uma realidade no nosso concelho já que é isso que interessa aos político medíocres que nos governam . Eles receiam que venha gente de fora com novas ideias, pois isso poderá colocar em causa o poder instalado. Novas empresas não interessam a esses políticoa já que assim a grande entidade empregadora, a Cãmara, continua a controlar tudo e todos!
Ao senhor João Clemente:
É muito bonito quando se fala de cor! Por acaso o senhor tem algum motivo para afirmar que se tenha fechado as portas ao investimento no nosso concelho?
As terras tem problemas enormes e quando não tem criatividade passa o que passa. A meu ver e conhecendo mal Fornos de Algorges, é a criatividade que falta nessa terra. Uma caracteristica do ser que não é nada estimulada na educação em Portugal. Depois muitos dos politicos são pessoas lugarenhas com poucas ou nenhumas visões estrategicas ou seja saber. São presidentes não por defenderem ideias ou terem ambição para a terra, mas porque são os que dão mais nas vistas no local. DAr nas vistas infelizmente é o fenómeno que mais engana o votante.Ínfelizmente é dele que muitos lugares estrategicos se nutrem. A minha Terra Alcobaça sofre problemas identicos e o povo não diz absolutamente nada, dado estar completamente narcotizado. REcentemente levantei um problema que se arrastava faz tres anos mas ainda não esta completamente resolvido. Temos de avisar, despertar e mostrar os perigos de tais procedimentos sobretudo quando se fala em turismo.
Bom fim de semana
Antonio Delgado
Só posso dizer que tenho pena que Fornos vá definhando lentamente...
É uma terra tão bonita...
Um abraço, Al
a pessoa q respondeu ao sr. João Clemente parece k ficou picada, de facto n tenho conhecimento de nenhum entrave, mas tambem o contrario n acontece. E quando o insentivo acontece é aos protegidos desses politicos e afilhados mediocres, pois ate a nivel de emprego so os mediocres têm credito.Quanto ao Sr. Joao Soares se é tao capaz porque n vem para Fornos mostrar a sua valentia ...
Conformismo existe em todo o lado ;o))
Penso que o que se passa no nosso interior de Portugal é a falta de horizontes. Cronicamente cada geração traz o seu lote de emigrantes e outros optem por arranjar ai meio de vida. Mas a nossa riqueza são propriamente as gentes. Fornos como outros concelhos invistiu na cultura, abriu mais oportunidades mas mesmo assim o fosso é enorme.
A sociedade portuguesa padece de uma forma de imobilismo onde pensa que o emigrante voltara de fora, rico para reinvestir ai ou ao contrario o estudante faria melhor emigrar para a Suiça ganhar 2000 euros limpos... claro se não tiver ai um padrinho ;o))
Penso que as camaras proposeram meios hoje para incentivar a iniciativa economica... mas o problema é societal.
Exemplo : industria do queijo, poderia ser uma via para um desenvolvimento sustentavel ligando a pastoricia, a prevençao florestal, turismo ambiental pedagogico etc... criando inumeros empregos... mas ai falta mesmo um esquema estrategico de desenvolvimento.
Agora de quem a culpa ? os politicos, os conteraneos, os emigrantes... penso que um pouco todos nos temos de agir para que as coisas mudem nas mentalidades.
The butterfly effect made in Fornos
Carlos, Paris
Subscrevo o "não ao conformismo" e achei a fotografia fantástica.
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