quinta-feira, março 22, 2007

"O NICHINO"

"D'ALGODRES": "O NICHINO"

4 comentários:

A. João Soares disse...

Tomo a ousadia de aqui apresentar um poema de um natural de Fornos de Algodres, um septuagenário que embora pareça reaccionário e saudosista, é uma pessoa muito evoluída, inovadora, perita em publicidade e marketing que tem um arreigado patriotismo e reage a todo os atropelos que possam pôr em perigo o desenvolvimento do País dos seus filhos e netos

REFLEXÕES

Portugal é um País,
Onde qualquer badameco
Pouco mais que analfabeto
Se julga gente importante,
E ocupa os mais altos cargos
Fazendo dos outro parvos,
Ainda que mentes brilhantes.

Basta para isso que seja:
Republicano assumido,
Filiado num partido
Que se diga anti-Igreja,
E que tenha na inveja
O seu prato preferido.

P´ra o curriculo sublimar,
Deverá acrescentar:
Ser desertor militar,
Anti-guerra do Ultramar,
Dizer mal de Salazar,
- Se for mulher abortar -
E alguma vez ter sido
Pela PIDE perseguido.

Se a isto adicionar
A aptidão especial
De ex-preso do Tarrafal,
Não tem nada que enganar:
Neste País pervertido,
- Onde a honradez é pecado -
Tem futuro garantido
E será condecorado !!

Março de 2007
V.C. O Poeta de Fornos de Algodres

Peço perdão por ter ocupado este espaço, mas o Amigo Viçoso Caetano merece ser conhecido na sua terra

Anónimo disse...

Com um abraço:

Já sinto a falta
Da vossa companhia,
Da vossa amizade nata,
Da vossa sabedoria.


Parto em descanso
Bem acompanhado
Eu e mulher, só
Coesos no amor.


Fica o Bruno filho
Na Apúlia, com amor,
Sempre aquele brilho
De um especial calor
Carente de amor.




Depois de oito dias
Aqui trarei,espero, alegrias!




Mário Relvas


25 de Março 2007

Al Cardoso disse...

Caro A. Joao Soares:

Bem haja por divulgar este nosso conterraneo poeta, neste poema estam escritas muitas verdades inconvenientes!
Desculpe a minha ignorancia, o senhor Vicoso Caetano e natural da vila?
Como sabera ou talvez nao, eu ja ha mais de 25 anos que ai nao resido, embora ai va frequentemente.

Um abraco e nao se acanhe, mande sempre colaboracoes.

A. João Soares disse...

Caro Albino Cardoso

Aceitando o seu consentimento, aqui deixo este poema que há meses coloquei no Do Mirante. O V.C. não usa o computador. Logo que esteja com ele pergunto-lhe se é mesmo de Fornos, mesmo que seja, cedo foi para Viseu estudar e depois deve ter ido aí de visita ocasionalmente.
Democracia

TRINTA E TAL ANOS DEPOIS
( ... Aqui só para nós os dois ...)
~ Acróstico ~


Democracia tem D
Como tem Desilusão,
Desgoverno, Desemprego,
Desgraça, Desunião...

Está também em Decadência,
Desespero, Dependência,
Desordem, Desobediência,
Em Desconchavo e Demência,
Em denúncia e Displicência.

Em Dislate, Deplorável,
Desvario, Descartável,
Despautério, Desavença,
Desgaste, Desconfortável,
Desconfiança e Descrença.

Continua em Delinquência,
Como em Desinteligência,
Discórdia, Depravação,
Desgosto, Devastação,
Desagravo, Divergência,
Derrocada, Desistência,
Desmando e Deformação.

Também tem D Deputado,
Demagogo, Desleixado,
Disforme, Deteriorado,
Desbragado, Discutível,
Detestado e Desprezível.

Como tem D a Deriva,
Despudor, Desnorteada,
Desastrada, Destrutiva,
Desonesta, Desonrada,
Dolosa e Destrambelhada.

Está ainda em Devassidão,
Delirante, Destemperada,
Desbocada e Desvairada,
Porque está em Demissão,
Desvergonha e Desatino,
Mesmo em Decomposição.
Também tem D Ditadura,
Ironias do Destino...

E depois de tanto D vem
E de esgoto, esquerdismo
M de máfia, maralha,
O de obsceno, oportunismo
C de corrupto, canalha
R de rasca, rufia
A de alarve, ateísmo
C de cus da Casa Pia
I de infâmia e inflação
A de aborto, aberração!

Se a rima não está correcta
Perdoai-me, por quem sois.
Mas eu não sou o poeta
Do «trinta anos depois»,
Que até já são trina e dois.

O que quero é afirmar
Que jamais me irei negar,
-Sem nunca tergiversar-
De chamar pelo nome os bois.

V.C. (Boi Ápis)
«O Poeta de Fornos de Algodres»

NOTA : Cedido pelo autor, a quem reconheço o mérito da riqueza de vocabulário.

Um abraço
A. João Soares