quinta-feira, abril 05, 2007

A Semana Santa e a Pascoa, em "Terras de Algodres"

Recinto da Mesericordia de Algodres, com a capela da "Senhora do Pe da Cruz".
Fotografia retirada de: http://algodres.blogs.sapo.pt


Embora sem a grandiosidade das cerimonias de Sevilha ou de Braga, tambem se realizam no concelho de Fornos, varias cerimonias religiosas e populares durante esta epoca do ano, que de alguma forma merecem algum destaque.
Dentro destas, queria sublinhar as que a Irmandade da Mesericordia de Algodres, realizam incluidas no seu "jubileu". Ai na sexta feira santa, realiza-se uma procissao, que visita os "passos" ( nichos de pedra, distribuidos pela antiga urbe) que neste dia se encontram com quadros da paixao de Cristo, enquanto se entoam canticos populares, antigos e originais desta terra, que o povo intitulou; "regrar dos passos".
Esta procissao termina no recinto da mesericordia, no qual debaixo de frondosos cedros, se encontam as tres cruzes do calvario em granito e a singela e antiga capela da Senhora do Pe da Cruz.

Na mesma sexta feira santa, mas ja durante a noite, e a vez da Mesericordia de Fornos, realizar pelas ruas da vila, a procissao do "Enterro do Senhor".
E uma cerimonia triste e lubregue, em que os irmaos da mesericordia, com as suas opas negras e de capuz na cabeca, conduzem o esquife com o "Senhor Morto" debaixo dum palio antigo de negros e dourados, sendo seguido pelo andor da "Senhora das Dores", enquanto se cantam canticos tristes e apropriados.
A passagem deste cortejo, e comum verem-se nas janelas e varandas das casas velas acesas, que por sua vez dao ainda um mais triste aspecto a esta cerimonia.

Ja no domingo de Pascoa, antes de se celebrar a missa, realiza-se pelas ruas da vila de Fornos, a triunfal "procissao da ressureicao", que termina na igreja matriz.
No final da missa inicia-se a "visita pascal", que com cruzes enfeitada de flores e ao som de campainhas, visita as casas dos cristaos que o desejarem.
Outrora era costume (faco votos que ainda seja) na maioria das casas em que se esperava o "Senhor", fazer-se a porta, uma passadeira com flores e verduras.
Nestas visitas, em que cada familia preparava uma mesa com os melhores petiscos que tinha, eram ocasiao para reunioes de amigos e parentes, que faziam questao de "beijar a cruz" nas casas uns dos outros, havendo no final convivios em que nao faltava a alegria, acompanhada os petiscos e vinhos regionais.

Na segunda feira da Pascoa e por sua vez, o dia da romaria de Santa Eufemia, na freguesia da Matanca. Esta antiquissima romaria-feira, e muito frequentada pela gente do nosso municipio sendo quase que feriado municipal. No entanto tambem a ela concorre muita gente, dos vizinhos concelhos de Penalva do Castelo e de Aguiar da Beira. Que agradavel, mesmo para os menos crentes, o comer das "merendas" debaixo dos pinheiros, em contacto com a natureza em lugar tao aprazivel.

7 comentários:

O Caderno Negro disse...

Convido-o a passar pela Tabacaria.
A blogosfera Fornense está, verdadeiramente, a crescer.

Cumprimentos.

http://tabacaria-fm.blogspot.com

Anónimo disse...

Boa Páscoa!

Chocolate engorda ... e faz borbulhas!!

Mário Relvas

Tozé Franco disse...

É bom saber que algumas tradições ainda se vão mantendo.
Boa Páscoa.

Anónimo disse...

Um abraço e boa Páscoa!

Moura disse...

Lembro-me desta altura das procissões na minha terra perto de Coimbra e do cabrito assado no forno pela minha avó. Acaba por ser uma época do ano que nos marca muito em termos de espiritualidade e bastante afastada daquela overdose de prendas em que o Natal se transformou.
Um abraço e desejos de uma santa páscoa.

Conversa Inútil de Roderick disse...

Que se mantenha as boas tradições. Devia ser assim em todo o país.
Boa Páscoa

A. João Soares disse...

As tradições positivas e que contribuam para manter as pessoas ligadas ao passado das suas terras e das suas crenças devem ser mantidas. Devem resistir modernidade apressada que destrói coisas sagradas.
No «Do Mirante» está um post sobre a Páscoa, que pode abalar os detentores de uma fé pouco consolidada. Mas penso ser um estímulo para meditar e compreender melhor o ser humano e a sua religiosidade de sempre, de todos os séculos.
Um abraço
A. João Soares