Ja me tenho referido por varias vezes a possivel e desejavel, cooperacao entre os municipios, principalmente os vizinhos. Hoje vou-me referir a Fornos Gare, mais propriamente aos caminhos de ferro e sua estacao nesta povoacao.
Quando em fins do seculo XIX foi construida a linha do caminho de ferro da Beira Alta, inicou-se uma era de desenvolvimento concelhio e regional, centrada na estacao construida na Quinta da Costa, onde teve origem a povoacao de Fornos Gare. Aqui estavam centrados servicos de despacho de mercadorias e tansporte de passageiros, e esta estacao servia nao so os concelho de Fornos de Algodres e de Aguiar da Beira, como muitas freguesias dos concelhos de Celorico, Penalva, Gouveia e Mangualde. Tambem aqui tinham terminal varias "carreiras" de transporte de passageiros que tinham seus horarios conjugados com os comboios.
E tempo foi passando e devido a melhores ligacoes rodoviarias, ao inicio das ligacoes por autocarro entre as varias localidades nacionais e, a opcao de transportes de mercadorias quase exclusivamente em camioes. As estacoes de caminho de ferro deixaram de desempenhar o seu enorme papel de desenvolvimento regional, comecaram a definhar e a de Fornos de Algodres nao foi excepcao.
Mas foi a instituicao (util, digo eu) dos chamados comboios intercidades, que veio dar a machadada quase final a estacao de Fornos Gare.
Quando todos viam como o mais logico, que havendo uma so estacao entre a Guarda e Mangualde, ela deveria ser a meio caminho entre estas duas localidades e por conseguinte em Fornos, nao o decidiu assim a CP e tambem nessa altura nao houve nenhuma accao por parte da autarquia para o contrariar.
Ultimamente e ja com muito atrazo, a camara municipal la conseguiu a paragem de um destes comboios, em todo este processo notou-se uma enorme falta de uniao entre as varias autarquias. Porque existe sempre aquele dito: "se eu nao tenho, tu tambem nao podes ter".
Gostaria que em vez desta politica mesquinha, os varios autarcas se sentassem a discutir os interesses regionais para bem servir as suas populacoes, pondo de lado bairrismos excessivos para chegar a consencos em areas fundamentais como a saude, a educacao e os transportes.
Neste ponto e porque nos tempos actuais, e impensavel que comboios como os "intercidades" possam parar em todas as estacoes e apeadeiros, deveriam os municipios proximos desta estacao, central para uma vasta regiao, juntarem esforcos e exigirem a paragem de todos os comboios na estacao de Fornos de Algodres. E se a razao da nao paragem e o facto de Fornos nao ser cidade, vamos chamar a esta estacao "Fornos-Gouveia".
11 comentários:
Não sei se o facto de ter ou não ter uma estação ferroviária será sinónimo de crescimento para a região... normalmente costumo dar o exemplo de Viseu, uma cidade que comparativamente às suas vizinhas da beira interior é a que maior desenvolvimento tem tido e não tem estação. Já teve em tempos idos uma estação da linha do Vouga (imaginem só)... mas já nem o mais idoso da cidade se lembra! Aqui na Guarda temos uma estação (nova, grande... e até há quem diga que bonita) e nem imaginem a pasmaceira (leia-se estagnação) que por aqui vai...
Ai ai, eu lembro-me muito bem do comboio em Viseu. Fiz várias viagens pela linha do Vouga. E como seria fantástico, particularmente para fazer turismo, repetir aqueles percursos.
Muito sinceramente, com a evolução que os transportes estão a levar, dando-se preferência ao transporte automóvel (é ver os investimentos em auto-estradas mesmo com portagens) tenho a sensação que o comboio no futuro só se for o TGV.
O problema é que o TGV será só para fazer duas ou três ligações directas. E as áreas intermédias, nomeadamente, as das regiões interiores?
É que ainda é muito complicado fazer ligações do género Leiria/Viseu usando o IC3 em grande parte do percurso.
Já não sei que diga...tanto que se investe em auto-estradas!...
Alô AL
Tive que entrar com o meu ID ó leiria visto que não consegui entrar com a minha conta http://dispersamente.blogspot.com
que ainda está no Blogger normal.
Um abraço.
António
fosse eu q mandasse aqui por gouveia e era isso q fazia
1º pugnava por uma melhor ligação viária a fornos (A25)
2º tentava q a estação mudasse de nome, e q por consequinte parassem lá os intercidades...
de qq maneira a estação de gouveia-gare já se encontra no concelho de mangualde, logo a diferença n seria mt
A relação entre municipios deveria ser de cumplicidade e não de rivalidade, no fim, quem perde são sempre os mesmos, nós!
Boas,
Sou da opinião que o comboio intercidades não é o unico veiculo de desenvolvimento e que melhor serve os cidadãos. Que adianta ter Intercidades de umas 20 composições cada uma se vão quase vazias? Na minha optica preferia em vez de um intercidades , outros comboios nem que fossem no genero dos antigo regionais apenas com umas duas composições mas a passarem em vez de uma ou duas que passassem três ou quatro vezes em diversos horarios.
Saudações de Trancoso
Nuno - Trancoso.pt.vu
L
Fornos de Algodres é das Terras com melhores acessibilidades, temos a A25, as estradas de ligação aos outros Concelhos de muito boa qualidade, e por esse motivo, seria também de bom agrado a estação dos caminhos de ferro, terem outra utilidade que a actual, ver os comboios passar. Os Concelhos de Aguiar da Beira, Gouveia e parte do de Penalva do Castelo, mesmo até Celorico da Beira, seriam sem sombra de dúvida, bem servidos pela estação da nossa Terra, infelizmente a Regionalite, de alguns leva a que prefiram estações mais distantes e de difíceis acessibilidades.
Um bom natal
Luís Almeida Pina
Essa tema lembra me um tempo em que vinha de comboio todos os fins de semana para a terra, e parrava em Fornos Gare...
Nostalgia de um tempo. Encontrei em casa mais de 50 bilhetes editados entre 1987-91, foram ficando numa caixa de sapatos, são em cartão e furados pelos revisores...
Lembro-me desse ambiente de uma gare no meio da natureza... a diferença de outras perdida na berma do Mondego...
Fiquei triste quando destruiram sem jeito nenhum uma parte dos prédios, na mesma altura Celorico era augmentado para receber o intercidades.
Cortaram nessa altura uma carvalha multicenténaria que gerações de fornenses avistaram ao partir da nossa terra...
Não sei se exitem fotografias antigas ou cartas postais, seria interessante colocar alguma nesse post.
@té depois
Caro Matos:
Pois como antigo residente em Fornos Gare, onde ainda esta a nossa casa e a pouca familia que tenho, muito me custou a aceitar a transformacao da estacao num quase apeadeiro.
Foi culpa do presidente da Camara de Fornos, que nao soube lutar e tambem nao conseguiu juntar os outros presidentes de concelhos afectados: Aguiar, Gouveia, Penalva, Mangualde e ate Celorico, pois as freguesias do pe de serra, daquele concelho fica-lhes muito mais perto Fornos que a estacao de Celorico.
Muito foi perdido mas ainda estariamos atempo de recuperar caso houvesse cooperacao inter-municipal e se pusessem os interesses das populacoes antes do principio de que "se eu nao tenho, tu tambem nao podes ter".
E por essas e por outras tantas, que a nossa Beira Serra esta como esta!!!
Quanto a Carvalha que refere, tambem tive pena em ve-la partir, mas ela estava em propriedade particular que foi comprada aquando da construcao do ramal de carregamento de granito.
No entanto estou convencido que se tivessem chamado a atencao do proprietario, podiam ter feito o dito ramal sem ter que corta-la.
Sabe essa carvalha era tambem um simbolo que muita gente nao gostava de recordar, pois estava ligada a Salazar, e esteve durante o seu regime debaixo da proteccao da GNR.
E que tendo o Salazar estudado do seminario de Fornos de Algodres, era a sombra daquela carvalha que ele esperava o comboio para ir para a sua terra natal Vimeiro-Santa Comba Dao.
Tenho muito poucas fotografias da estacao e creio que nenhuma da carvalha, pelo que caso algum dos meus amigos tenha alguma terei muito gosto em publica-la.
Podem mandar fotografias e qualquer outra informacao pertimente para o meu email: alcard8@hotmail.com
Um abraco de Boas festas, para si e todos os leitores.
Actualmente, ja todos os "Intercidades" param em Fornos de Algodres, mas perdeu-se muito tempo!
Digo eu.
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