segunda-feira, novembro 26, 2007

Como vai a "Res-Publica", pela "nossa" Beira!

O presidente da nossa "Res-Publica", andou pelo "nosso" ainda distrito da Guarda, andou e deixou alguns conselhos aos presidentes dos concelhos. Embora seja uma pessoa que provavelmente nao ofereca muita simpatia pela sua maneira seca de falar, e no entanto um presidente que pela experiencia governativa e formacao, uma pessoa que devemos ter em consideracao!
Focou os varios problemas da regiao, em que o principal e sobre isso varias vezes me tenho debrucado, e a desertificacao!
A chamada desertificacao tem varias origens mas e fundamentamente originada por duas ou tres razoes; a primeira e o abandono agricola das nossas terras, a segunda a falta empresas que originem trabalhos para as nossas gentes e a terceira e a baixa (diria eu baixissima) taxa de natalidade das gentes desta regiao.
Quanto a primeira e na minha humilde opiniao se e verdade que muitas das culturas tradicionais deixaram de ser rentaveis, continuam a existir oportunidades em muitas areas, que a nossa gente poderia ter aproveitado, se a sua opcao fosse viver nos campos coisa que hoje pouca gente quer. Algumas destas opcoes no nosso municipio seriam a criacao de gado ovino e caprino em moldes modernos e o consequente fabrico do "Queijo da Serra", outras seriam a olivicultura e a vinicultura. Nestas e noutras areas foram e continuam a ser perdidas muitas oportunidades, porque a gente mais jovem que e o futuro, nao envereda por esta area, embora ainda haja algumas poucas excepcoes!
Na segunda area que e a industrializacao, temos que ser realistas, e muito dificil em municipios como o nosso sem essa tradicao, a criacao de novas industrias, porque normalmente estas tendem a localizam-se em lugares onde ja existem outras, pela poupanca em logistica e servicos relacionados!
Quanto a baixa taxa de natalidade, eu estou como o presidente, custa-me a crer que os portugueses deixassem de ter alegria de trazer novas as vidas a este mundo, teremos que ver ai provavelmente as dificuldades que custam hoje em dia, criar e educar os nossos filhos.
Em Portugal felizmente ate existem alguns incentivos, mas se nao queremos brevemente ser um pais de velhos, alguns mais tem que ser criados e mais ainda nas areas mais desertificadas, e a nossa e uma delas!
Foram apontados varios caminhos, como o turismo e a fronteira aqui tao perto que pode ser uma mais valia, tambem se disse que os empresarios deste pais tem que virar-se mais para esta regiao, restanto aos autarcas regionais dar-lhes todas as condicoes possiveis.
O meu maior desejo e que dentro do mais curto prazo, comecemos a ver uma diferenca para melhor e nao continuemos a cair demografica e economicamente!

10 comentários:

Amaral disse...

Al Cardoso
Por vezes fico com a sensação que o PR faz belos discursos e nada se faz. Todos aplaudem, mas nada. ele próprio depois de falar poderia exigir mais.
Quanto ao título veja-se a curiosidade Res-publica, por ca ou (juntando as palavras) porca?
Boa semana
Abraço

João Paulo Lopes Clemente disse...

Caro Al Cardoso:
Ouvi atentamente as palavras do Presidente da República que não trouxeram nada de novo,para quem conhece e reflecte acerca desta região.
A actividade que poderia atrair o investimento é a vertente turística,como refere, materializada em algumas actividades como eu refiro no meu blog.
Quanto à industria, considero que a tradição deve deixar de ser o que era. Tem que se motivar primeiramente os nossos para investirem nas suas terras. Todos aqueles que no exterior tiveram sucesso a nivel empresarial deveriam ser cativados. Não sei se isso seria do interesse de todos...
A crise da natalidade é geral. Oser humano está cada vez mais egoísta e ao mesmo tempo, receia o futuro.
Um abraço amigo
O figueiroense
Jpclemente

Carlos de Matos disse...

Ola a todos ;o))

A "Coisa Publica" é uma noção alheia a mentalidade portuguesa. A nossa cultura trouxe ao poder politico, economico homens sem incentivo tirando o do cargo e de seus artefatos. Penso que sem meios nem fundos a classe industrial do século XVIII ou XIX trouxe mais desafios para o nosso interior portugues. Assim seja um futuro programado em aberturas para a fronteira ou para o turismo... não posso acreditar que a nossa região se tranforme em paisagem até um dia quando não houver portugueses, estrangeiros venham especular sobre as nossas ruinas ;o))
A res publica tem de ser encarada como a essencia de um povo ou então como o principio da sua finalidade, a resignação so lhe pode por fim ;o))

Não bastam as estradas pelos montes tambem se deve construir pontes entre os actores humanos ao comando e embarcados no mesmo destino nas nossas comunidades. E pena de ver debates sobre soberanias concelhias enquanto o distrito todo e mesmo Portugal padece de falta de condições para o desenvolvimento societal.

O Presidente e o governo actual representam um incentivo positivo pouco antes igualado na historia moderna da nossa democracia, até o mesmo a presidencia da UE é um factor de orgulho e de esperança... penso que a falha nessa politica actualizada é mais ao nivel local onde as classes politicas são conservadoras e agaradas aos beneficios pessoais do que aos interesses da "res publica".

Um abraço "Republicano"

quintarantino disse...

Eu estou um pouco como o Carlos de Matos.
Paralelamente, manda a verdade que as receitas que hoje se apregoam como devendo ser aplicadas já o podiam ter sido quando se tiveram outras responsabilidades. Eis um dos males em que navegamos: apregoamos e somos excelentes a criticar e apontar caminhos, mas quando nos pedem que façamos... vou ali e venho já costuma ser a resposta.

Anónimo disse...

Caro Al...

passa pelo aromas e recolhe o que lá tenho para este blog!

abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Um post muito elucidativo quanto à necessidade de criar raízes nas cidades do interior e de as povoar com sangue mais jovem. Porém com as dificuldades que ainda persistem no apoio à maternidade e também o problema do desemprego, não se está a tornar fácil inverter a situação.

Este espaço exerce sobre quem o visita uma atracção muito especial. A associação da música à imagem mistério, a beleza dos poemas, o ambiente de magia. Fica uma imagem de marca que se prolonga no nick, no símbolo, nas palavras escolhidas.
Hoje publiquei no Notas Soltas & Ideias Tontas (http://notassoltasideiastontas.blogspot.com) um post com dados oficiais sobre situações que revelam as nossas dificuldades. Muito gostaria que desses a tua opinião.
Abraço

Anónimo disse...

Natalidade e a Segurança Social

Dizem alguns que a fraca natalidade portuguesa põe em risco o futuro da Segurança Social por dificuldade de substituição da população activa, o que implicará uma redução das contribuições para a SS. Contesto a afirmação: a baixa natalidade acontece nos países desenvolvidos (Luxemburgo, França, Alemanha,...) há muitas dezenas de anos e essa teoria nunca se confirmou, pelo contrário, são os países com a população mais jovem (países africanos em geral) que a miséria é maior. Há países cuja população é quase exclusivamente composta por população imigrante: EUA, Canadá, Austrália...

Com a taxa de desemprego actual, em que não há empregos para os jovens que temos, porque é que acham que deveríamos ter mais? obviamente que para aumentar o número de desempregados. A eventual falta de mão de obra (qualificada ou não) pode ser e é facilmente suprida com a aceitação de imigrantes, embora isso devesse ser feito de forma selectiva, de acordo com as necessidades do país.

A reposição da força de trabalho com recurso aos nossos filhos, embora louvável, implica um investimento de vinte e tantos anos: entretanto, tanto os pais como o país terão que prestar-lhes cuidados vários: alimentação, vestuário, lazer, saúde, educação e formação profissional. Quanto aos trabalhadores imigrantes, esses custos foram suportados pelos seus pais e pelos países de origem, por isso, vêm aptos para, de imediato, começarem a trabalhar e a descontar para a Segurança Social. Só por isso, ficam mais económicos ao país de acolhimento. Aliás, não temos nós já cerca de um milhão de imigrantes? Se quisermos poderão vir ainda mais e não faltarão candidatos.

Muitos deles nem sequer irão beneficiar dos descontos feitos para a SS, durante a sua estadia em Portugal porque o seu objectivo é juntarem alguns milhares de euros e voltarem aos seus países e trocá-los por moeda local para construírem aí então o seu sonho e futuro. Não foi isso que aconteceu aos portugueses há algumas décadas quando emigravam para a França, Alemanha, Luxemburgo, etc..?

A justificação apenas tem um objectivo, o de convencer os portugueses a prescindir das poucas ajudas da Segurança Social e a aumentar a idade da reforma, para que os trabalhadores morram antes disso e a SS poupe assim o dinheiro que descontaram. Impede-se assim os jovens de acederem ao trabalho.

Zé da Burra o Alentejano

Al Cardoso disse...

Concordo com o amigo Alentejano:

O problema e que infelizmente uma grande parte desses imigrantes nao estao inscritos nem descontam para a SS.
Pelo que os unicos que benificiam com eles sao as companhias que lhes pagam salarios de miseria e nao fazem os respectivos descontos, isso tanto se passa no nosso pais, como aqui onde resido!!!

Um abraco beirao do d'Algodres.

Anónimo disse...

Se grande parte dos Emigrantes não desconta, então passa a descontar. Para que servem os fiscais? se são poucos, admitam mais...

Nos outros países que são destino da emigração, como a França, Alemanha, EUA, Canadá... A fiscalização anda permanentemente em acção e a penalizações são duras.

Ou Portugal não tem capacidade para fazer o mesmo? Só sabe ir fiscalizar feiras e obras em Centros Comerciais quando faltam 3 dias para a abertura?

Zé da Burra...

Anónimo disse...

Queria dizer "Imigrantes" em vez de "Emigrantes"
Zé da Burra...